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Operação da PF mira esquema de desvio de recursos do Fundeb que contava com coveiro ‘laranja’ no Piauí

De acordo com a polícia, os crimes investigados envolvem fraude em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O g1 tenta contato com as prefeituras de Fartura do Piauí e São Raimundo Nonato, onde o coveiro atua.

Publicada em 13/03/25 às 15:13h - 16 visualizações

por G1 Piauí


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Um esquema criminoso de desvio de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em Fartura do Piauí (PI) foi alvo da Operação Shallow Grave (cova rasa, em tradução literal), deflagrada na manhã desta quinta-feira (13) pela Polícia Federal com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU).

Segundo a PF, os investigados usaram um coveiro como “laranja” para esconder a origem dos recursos. O g1 entrou em contato com as prefeituras de Fartura do Piauí e São Raimundo Nonato (PI), onde o coveiro atua, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

A investigação começou depois que a polícia detectou movimentações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o núcleo empresarial e político de Fartura do Piauí.

Os policiais suspeitam de que esses recursos tenham sido usados para pagamentos de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos.

“As irregularidades investigadas envolvem crimes de fraude em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cometidos entre 2021 e 2024, com o uso de recursos federais destinados à educação no município”, afirmou a PF.

Empresa investigada

De acordo com a CGU, o coveiro utilizado como “laranja” recebeu altas quantias de uma empresa, contratada pela Prefeitura de Fartura do Piauí para a execução de obras na cidade, e repassou parte dos valores para servidores do município.

Em análises feitas pela Controladoria-Geral, duas licitações feitas pelo município em 2022 e 2023, que resultaram na contratação da empresa investigada, estavam “repletos de irregularidades, com evidências concretas de fraude”. Para a PF, a empresa tem características de operação de fachada.

"A empresa investigada recebeu pagamentos do município, entre 2021 e 2024, que totalizaram, aproximadamente, R$ 4,2 milhões. Nesses tipos de crimes, as obras contratadas, quando executadas, são feitas de maneira precária, em qualidade e quantidade inferiores à devida, justamente para possibilitar os desvios de recursos públicos”, informou a CGU.

Uma fiscalização feita pelo órgão apontou que os serviços de reforma em escolas de Fartura do Piauí, por exemplo, tiveram um custo superfaturado de R$ 237 mil.

Sequestro de bens e valores

Ao todo, seis equipes da PF fizeram, acompanhadas de auditores da CGU, buscas e apreensões em sete endereços nas cidades de Teresina (PI), São Raimundo Nonato e Camaçari (BA).

Conforme a polícia, a 3ª Vara Federal de Teresina também determinou o sequestro de bens e valores, na quantia aproximada de R$ 715 mil, para garantir o ressarcimento dos possíveis danos aos cofres públicos.

“As ações de hoje visam interromper a prática criminosa, reunir provas para fortalecer a investigação e identificar outros envolvidos, tanto agentes públicos quanto particulares, além de recuperar bens e ativos adquiridos com os recursos desviados da educação”, completou a PF.

 fonte: G1 Piauí 




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