A cidade de Serrano do Maranhão, a 187 km de São Luís, é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) iniciada nesta quarta-feira (27), que visa desarticular um suposto grupo criminoso responsável por fraudar dados do Censo Escolar Municipal, colocando números falsos de alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no sistema do Ministério da Educação.
• Operação na capital e outros dois municípios. A operação, intitulada Nonsense II, contou com a participação de 20 policiais federais que também realizaram 5 mandados de busca e apreensão na capital e no município de Apicum-Açu, além de outras medidas cautelares, como o afastamento do cargo dos agentes públicos envolvidos.
• As fraudes eram no sistema do Fundeb. De acordo com as investigações, que contaram com o apoio da Controladoria Geral da União e do Tribunal de Contas do Estado, o grupo criminoso atuava colocando dados falsos no sistema do EducaCenso, do Ministério da Educação, para que Serrano tivesse um maior recebimento de recursos vindos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
No decorrer das investigações, a Polícia Federal constatou um aumento “extremamente acentuado” na quantidade de alunos lançados no EJA desde 2018, correspondendo a um aumento de 4.330%, de 2018 a 2022, período que corresponde ao aumento identificado em todos os municípios do Brasil.
Pelos dados que teriam sido informados pela prefeitura ao EducaCenso, 15,06% da população de Serrano do Maranhão, que é de cerca de 10.202 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estaria matriculado no EJA.
Segundo os dados informados no último Censo Escolar, a quantidade de alunos listados no EJA na cidade corresponde a 36,29% do total de matrículas da rede municipal de ensino da cidade, considerando todas as modalidades.
A PF informou que, se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por inserção de dados falsos, falsidade ideológica e associação criminosa.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Serrado do Maranhão em busca de um posicionamento, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria.
fonte: g1 Maranhão