Duas mulheres foram identificadas como suspeitas de envolvimento na morte de duas irmãs encontradas em uma cova rasa em 16 de novembro deste ano, na Santa Maria da Codipi, Zona Norte de Teresina. Segundo a Polícia Civil, uma delas cortou o cabelo das vítimas e a outra as atraiu para o local do assassinato. Ninguém foi preso até o momento.
Além das mulheres, outras quatro pessoas são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia faz buscas para localizá-los e prendê-los, conforme o delegado Francisco Costa, o Barêtta.
"Acredito que chegaremos a nove pessoas presas. Naquele dia, o que originou a morte das mulheres seria também a {motivação} da morte de mais duas ou três pessoas. Está tudo nos autos do inquérito”, afirmou o coordenador do DHPP.
Conforme o delegado, os envolvidos não conseguiram atrair as outras duas ou três pessoas para o local onde o crime foi executado.
As imãs estavam desaparecidas desde 13 de novambro. Elas moravam juntas com os filhos, uma menina de quatro anos e um menino de seis anos, e saíram de casa com as crianças na noite do dia em que sumiram.
A polícia acredita que o menino foi deixado na casa de um parente antes de as irmãs morrerem. Já a menina foi deixada em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por um homem. O DHPP investiga se a garota testemunhou os crimes. Devido à sua idade e situação psicológica, ela não foi ouvida ainda.
Os corpos das irmãs foram identificados pelas impressões digitais , afirmou ao g1 o médico legista Antônio Nunes, diretor do Instituto de Medicina Legal (IML).
A perícia encontrou lesões nos corpos e avaliou a possibilidade de tortura. Eles foram liberados para a família em 18 de novembro, dois dias após as mulheres serem achadas.
As irmãs foram localizadas no residencial Edgar Gayoso, na Zona Norte de Teresina, enterradas uma sobre a outra na mesma cova. A polícia recebeu pistas sobre a localização ainda na noite de 15 de novembro, mas somente as encontraram no dia seguinte.
A menina deixada em uma UBS relatou ter visto a mãe sendo agredida, tendo o cabelo raspado e sendo baleada. Os relatos da menina foram informados ao g1 por Frederico Kayser, conselheiro tutelar que atendeu o caso. A família foi localizada, mas a menina foi encaminhada a um abrigo municipal.
Conforme o conselheiro, o caso chegou até ele por meio das profissionais da UBS onde a menina foi deixada, que fica em frente ao Conselho Tutelar da região.
A criança, muito assustada, segundo ele, entrou na unidade de saúde chamando pela mãe e as profissionais conversaram com ela para tentar encontrar a família. Frederico disse que a menina logo relatou violências que a mãe teria sofrido.
"Ela falou tudo espontaneamente, nós conversamos com ela para tentar saber quem era a mãe dela, tentar encontrar a família, e ela contou que algumas pessoas bateram muito na mãe dela, cortaram o cabelo, rasparam o cabelo e depois deram um tiro", disse.
"Ela contou também que estudava lá perto, procuramos escolas próximas para saber se alguém a reconhecia, mas ninguém a identificou como aluna. Quando retornamos ao conselho, familiares dela estavam lá", completou Frederico.
Os familiares contaram que a mãe da menina e a irmã, de 23 e 24 anos, saíram com os filhos (a menina de 4 anos e um menino de 6 anos) na noite de 13 de novembro e não tinham sido mais vistas. As crianças estavam desaparecidas desde então.
O garoto foi encontrado logo depois da menina, deixado na casa de familiares também na Zona Norte. Ainda não se sabe quem deixou as crianças nesses lugares.
Conforme o conselheiro tutelar, o avô das crianças chegou a relatar que a família teme que as mães tenham sido vítima de represálias por algum motivo, já que tinham envolvimento anteriores com alguns crimes. As duas moravam juntas com as crianças na região onde os dois foram encontrados, no residencial Parque Firmino.
O avô das crianças mora em uma casa ao lado e está com o menino, que não foi encaminhado ao conselho. Devido à situação como a garota foi encontrada, o Conselho Tutelar preferiu que ela fosse levada a um abrigo municipal, onde está recebendo acompanhamento psicológico e de assistentes sociais.
As crianças foram deixadas na quinta na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Santa Maria da Codipi e na casa de uma parente na região da Zona Norte de Teresina. Conforme o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a partir do "abandono" das crianças a polícia iniciou a investigação do desaparecimento das mães.
"Familiares das mulheres estiveram no DHPP e foram ouvidos. Segundo eles, elas saíram na quarta por volta das 20h e não deram mais noticias", explicou o delegado Barêtta.
Conforme o delegado, as mulheres são companheiras de dois homens que estão presos por tráfico e roubo. Eles são membros de uma facção criminosa e segundo os familiares, as jovens estariam se relacionando com outros homens, membros de uma facção rival à dos companheiros presos.
fonte: g1 Piauí